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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

HISTÓRIA DA ALDEIA JUVENIL


    O Centro de Estudo Pesquisa e Extensão Aldeia Juvenil – CEPAJ, está vinculado ao Instituto Dom Fernando – IDF, e pertence à Pró Reitoria de Extensão da PUC GO. Trata-se de uma unidade extensionista como parte do processo acadêmico, que compreende dois aspectos fundamentais do Projeto Pedagógico da Universidade: qualidade acadêmico-científica (com envolvimento de departamentos, docentes e discentes) e compromisso social (diálogo com a sociedade). Nesta proposta, relaciona os grandes temas sociopolíticos com o aprendizado acadêmico que vise a excelência da práxis na atuação com a sociedade.  
     A ideia do Projeto Aldeia Juvenil, surgiu ainda em 1981 com uma pesquisa-laboratório, dentro da disciplina de Psicologia do Desenvolvimento III, no Departamento de Psicologia, sob a orientação do Prof. Dr. Rodolfo Petrelli, que investigava o comportamento da juventude de Goiânia, com relação ao uso de tóxico (in Projeto de Criação de uma Aldeia Juvenil – Chácara da UCG, abril de 1983, p. 11). Para tanto a Aldeia Juvenil vislumbrava ser:
“um espaço nativo topograficamente repropondo os espaços organizados milenarmente pelas comunidades indígenas Xavantes, com a capacidade final de alojamento para (200) indivíduos entre menores e os membros da equipe educativa (Núcleo Acolhedor Básico e Instrutores e Coordenadores)...este amplo espaço nativo proporciona uma grande mobilidade para o corpo como também convida a reconstruir os laços com a natureza e os eventos da terra, fator importantíssimo de regeneração física e espiritual...desta maneira a Aldeia Juvenil vem confrontar o atual ritualismo alienígena – o tecnicismo – o psicologismo e a psiquiatrização da experiência juvenil...a Aldeia Juvenil será um espaço reeducativo, auto-gerido pelos próprios jovens ali hospedados. (Projeto Aldeia Juvenil, 1983, p.15-17)  ”

Portanto a Aldeia Juvenil tinha como objetivo ser um espaço-laboratório de estágio pertinente a problemas da juventude (10 a 25 anos, critério utilizado na época pela pesquisa), com atividades de extensão interdepartamental e pesquisa, com novas opções alternativas de psicoterapia e convivência comunitária, a serem desenvolvidas no processo de adaptação humana na região Centro-Oeste, tanto pelas comunidades indígenas, como pela não-índia, cabocla e urbanizada (Projeto Aldeia Juvenil, 1983, p.8).
O CEPAJ foi concebido em 02 de maio de 1982, sendo que sua primeira instalação física ocorreu em março de 1983, na Chácara São José (atualmente Campus II da PUC GO) que teve na sua primeira concepção arquitetônica, ocas indígenas da tribo xavante. Atualmente seu funcionamento ocorre no Campus II da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, situada a Av. Bela Vista, Km 2, s/nº, Jardim Olímpico, CEP 74860-210 – Goiânia – GO.

Conforme projeto original o objetivo de implantação da Aldeia Juvenil, foi:

“Implantar, como resultado de pesquisa científica, uma comunidade juvenil (para ambos os sexos) com finalidades educativa-reeducativa e auto gerida pelos próprios hóspedes: comunidade terapêutica de jovens para jovens.” (Projeto Aldeia Juvenil, 1983)


As edificações foram programadas para se constituírem de 24 malocas no estilo xavante, dispostas em forma de “ferradura”, com 9 metros de diâmetro cada casa, com estrutura de madeira nativa e a cobertura de folhas de palmeira indaiá (Projeto Aldeia Juvenil, 1983). Previstas da seguinte forma: 10 malocas hospedaria para moças, 10 malocas hospedaria para rapazes, 04 malocas hospedaria para casais, visitantes e coordenadores e 05 malocas de reuniões sociais, trabalho artesanal, enfermaria e escola. Tais como no desenho abaixo (Projeto Aldeia Juvenil 1984):


No entanto, foram construídas 7 malocas e estas sobreviveram por 4 anos (1983-1987). Neste projeto original constituiu-se uma equipe de elaboração do projeto, sendo estes: Prof. Rodolfo Petrelli (Psicólogo e Filósofo), Prof. Vanderlei Pereira de Castro (Psicólogo) e Prof. Mario Arruda (Filosofo, Teólogo e Indigenista). Dentre os colaboradores e responsáveis técnicos, destacamos o índio da tribo Xavante, Sr. Paulo Cipassé Xavante.
Destacamos que no primeiro ano de existência estrutural entre 1983 e 1984, a coordenação da Aldeia Juvenil se organizou de forma colegiada, sendo a clientela encaminhada do COOJ pelo Prof. Dr. Rodolfo Petrelli (também diretor do COOJ na época) estagiários (selecionados pelos coordenadores) professores (coordenadores) advindos da universidade e contratados.
A ideia de imersão total no projeto e de auto-gestão era amplamente defendida pelo Prof. Vanderlei. Destacamos que a equipe de professores e instrutores, alunos e clientela, em aproximadamente um ano viveram intensamente o projeto Aldeia Juvenil. Pois para além das atividades e cargas horárias destinadas ao projeto, tal grupo inovou ao residir na Aldeia como parte da metodologia aplicada. Ou seja, integrantes da equipe se alojavam nas malocas da Aldeia Juvenil, juntamente com 9 jovens tutelados pela Universidade e advindos do COOJ/FEBEM-GO/FUNABEM.

“É difícil prever todas as consequências do nosso projeto, ao mesmo tempo sentimos que ele tem condições de servir como modelo para outras iniciativas. É um projeto novo por isso os primeiros passos são mais difíceis...” (Relatórios do Projeto Aldeia Juvenil – março 83 a março 84 – Relatório de atividades período 03-06/83, Vanderlei Pereira, jun. 1983).

No relatório supracitado o Prof. Vanderlei descreve as atividades conquistadas, limitações das metodologias aplicadas e as limitações financeiras e humanas. Também no documento intitulado: “Depoimento de Rodolfo Petrelli” (setembro de 1984), o Prof. Rodolfo relata a respeito da idéia original e dos percalços em desenvolver a Aldeia Juvenil como um espaço de valores juvenis. Então ao avaliar o projeto o Professor Rodolfo Petrelli relata:

“... a meu ver como todo déficit, toda carência, determinados            objetivos foram conseguidos, mesmo a nível de estruturas. O que se desfaz     dentro da imagem de um marginalizado, pelo menos a nível de direito eu sou como você, quer dizer a esta estigma interior foi superado. A gente vê a Aldeia como possível ainda se voltasse a antiga ideia de um espaço em que os jovens ocupam, onde até cronologicamente outros jovens poderiam liderar tudo isso, não a figura adulta, institucionalizado, autoritário. Pode-se pensar um espaço com instalações esportivas, infraestruturas culturais... com uma estrutura que reflete um pouco o bairro popular” (in Depoimento de Rodolfo Petrelli, set. 1984).

1983
2012




PROPOSTA DA ALDEIA JUVENIL

O CEPAJ é um centro de estudo, pesquisa e extensão, está vinculado ao Instituto Dom Fernando – IDF, e pertencente à Pró Reitoria de Extensão da PUC GO. Trata-se de uma unidade extensionista como parte do processo acadêmico, que compreende dois aspectos fundamentais do Projeto Pedagógico da Universidade: qualidade acadêmico-científica (com envolvimento de departamentos, docentes e discentes) e compromisso social (diálogo com a sociedade). Nesta proposta, relaciona os grandes temas sociopolíticos com o aprendizado acadêmico, que vise a excelência da práxis na atuação com a sociedade.
A proposta metodológica do CEPAJ, caracteriza-se da seguinte forma:

  • Ser um espaço em que a comunidade local o reconheça como um equipamento importante na articulação e inserção social comunitária;
  • Ser um espaço de referência para a reflexão, discussão e aplicação de metodologias que reduzam o impacto da vulnerabilidade social na temática infanto-juvenil e família;
  • Desenvolver metodologias de atendimento que atendam as demandas sociais e de políticas públicas;
  •  Atuar sempre em parceria com o poder público na busca da promoção social e garantia de direitos;
  •  Promover o envolvimento comunitário nas ações do CEPAJ;
  • Promover o protagonismo comunitário para a busca de direitos e equipamentos sociais;
  •  Optar pelo desenvolvimento metodológico de atividades grupais;
  • Ao desenvolver um procedimento metodológico interventivo e ou individualizado, este deverá ser referência também para a graduação e pós-graduação;
  •  Atuar de forma preventiva na violação de direitos;
  •  Todas as atividades e ações primam pela interdisciplinaridade;
  •  Todos os procedimentos e metodologias tem vistas a inserção social;
            O maior desafio do CEPAJ, enquanto espaço extensionista da PUC Goiás, está em sensibilizar e apontar para a sociedade civil organizada e poder público, produção de conhecimento e metodologias de atendimento (IDF, 2008), que tem em sua grande temática a área da infância. Para isso, o CEPAJ acumula experiência que o destaca como referência na promoção de direitos de crianças e adolescentes em situação de violação de direitos (violência física, sexual e negligência) com o intuito de estimular o desenvolvimento saudável infanto-juvenil em suas famílias e em sua comunidade.
            Para afirmar a concepção de extensão como processo acadêmico, de acordo com o Projeto Pedagógico do IDF (2008) e do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI, 2012) da PUC Goiás, o CEPAJ se orientará por meio das seguintes linhas de atuação junto à comunidade externa:

  •  Atuação social-comunitária
  •  Atuação familiar
    De acordo com estas linhas de atuação, o CEPAJ desenvolve atividades com as características abaixo:
  •   Grupos homogêneos (ex.: grupos de crianças e adolescentes, mães, multifamiliar);
  •   Grupos psicoeducativos;
  •  Atendimento interventivo/psicoterapêutico com familiares no cuidado e promoção de direitos de crianças e adolescentes;
  •  Ser referência junto ao poder público na promoção de direitos na temática da infância, adolescência e família.

Enfatizamos que todas as atividades estão centradas na família, ou seja, o atendimento tem como base a matricialidade sociofamiliar (centralidade na família), pois busca-se nos atendimentos o envolvimento familiar como norteador do nosso trabalho. Cada ação na sua especificidade é acompanhada por multiprofissionais, tais como: educadores, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, assistente sociais, bem como profissionais da área da saúde, jurídicos e estagiários correlatos á essas áreas. Com isso atende-se ao requisito da interdisciplinaridade.
  As atividades de natureza sócio-comunitária destacam-se por serem abertas á uma demanda espontânea da comunidade (crianças, adolescentes e suas famílias que aqui chegam de forma espontânea), com o propósito de apresentar a promoção de direitos, e o protagonismo infanto-juvenil e comunitário. Para estas atividades destacamos: Acolhimento, Palestras e oficinas, Grupos Psicoeducativos, como: Grupo de Crianças, Grupo de Mães, Grupo de Adolescente, Grupo Multifamiliar; Oficinas de comunicação (atendimento fonoaudiológico), Avaliação psiconeurológica, Empréstimo de livro, Inclusão digital (sala de conectividade), Encaminhamento social, Acompanhamento de caso, Estudo de caso, Avaliação socioeconômica e Mapeamento e acompanhamento dos equipamentos sociais, Consultoria e Assessoria ao poder público.
Ainda nas atividades sócio-comunitárias o CEPAJ tem uma atuação de parceria com a rede de atenção integral á crianças, adolescentes e suas famílias, de forma que estabelece junto aos equipamentos sociais públicos: acompanhamento, parceria, sensibilização, fortalecimento, apoio, assessoria e capacitação. Como forma de fortalecer a atuação da rede intra e intersetorial de cuidado e proteção social infanto-juvenil, bem como disponibilizar para estas organizações estatais atividades psicossociopedagógico destacando-se pela excelência na temática infanto-juvenil, com foco na promoção de direitos e no protagonismo de crianças e adolescentes.
Para os atendimentos de natureza familiar destacaremos: Orientação e apoio sócio familiar - OASF, Atendimento psicoterapêutico e Visitas domiciliares e institucionais. Estes atendimentos são oferecidos á criança, ao adolescente e sua família, sempre que as mesmas forem encaminhadas/referenciadas do Ministério Público, Poder Judiciário, Delegacia de Proteção a Infância e Adolescência, Conselho Tutelar, Hospital Materno Infantil, CREAS, CRAS, PSFs, PETIs, CAPSi, Creches e Escolas. Este atendimento tem como finalidade, a promoção de direitos e a reestruturação familiar para uma vida saudável.
            No que diz respeito á comunidade interna (docentes e discentes), o CEPAJ, por meio do Instituto Dom Fernando, atua da seguinte forma: sensibiliza diretores de departamentos com o intuito de disponibilizar carga horária de professores para a extensão, apresenta o campo de extensão para professores realizarem suas pesquisas, apresenta o CEPAJ como campo de estágio obrigatório e voluntario, apresenta-se em congregações das diversas graduações e pós graduações, desenvolve atividades psicossociopedagógicas correlatas à grade curricular de diversos cursos, realiza suas atividades de acordo com o calendário acadêmico e temático da PUC GO,  participa de congressos, seminários, seleção de projetos em editais públicos e produção de artigos no amplo segmento acadêmico interinstitucional.
            As atividades do CEPAJ são desenvolvidas com base na característica de um campo extensionista, e que, para além do atendimento externo á sociedade, atende também a uma demanda acadêmica de docentes e discentes no que tange ao tripé ensino-pesquisa-extensão. Para isso as atividades ocorrem de duas formas: atendimento sócio-comunitário (grupo) e atendimento familiar.
Esclarecemos que o CEPAJ se apropria de um desenho metodológico (procedimento) para as atividades de grupo, sendo este: no ato da inscrição a criança que chega, seja por demanda espontânea, seja por encaminhamento é indicada a participar do grupo matriz. O grupo matriz, assim nomeado, trate-se de um modelo grupal que possui as seguintes características:
  • Homogêneo e ou heterogêneo no que tange a faixa etária;
  • Heterogêneo no que tange a gênero;
  • Os encontros ocorrem duas vezes por semana, durante 3 horas por dia, sendo no período matutino ou vespertino, mas sempre no contra turno escolar;
  • Cada grupo terá no máximo 20 componentes;
  • Este grupo terá como matriz pedagógica (daí nomeado grupo matriz) temas sociais que se relacionam à promoção de direitos, protagonismo infanto-juvenil e prevenção de violência. Sendo que, acrescido a esta matriz, concomitantemente ocorrerão as oficinas integradoras, em que, cada professor de departamento e técnico realizarão módulos temáticos em áreas específicas, caracterizando-se assim projetos específicos para o grupo matriz. Com isso independente da carga horária do professor para o semestre seguinte, o grupo continuará existindo.
  • As crianças/famílias encaminhadas, para além do grupo matriz, estas receberão atendimento psicoterapêutico/OASF, com projeto terapêutico específico, seja com finalidade de laudo ou não.
Este modelo atende a qualidade extensionista, de diferenciar amplamente, um campo de extensão de uma clínica e ou laboratório vinculado á departamentos acadêmicos. Neste caso destaca-se a característica de interdisciplinaridade, bem como, procedimentos metodológicos interventivos e ou individualizados, que são referência não só para a graduação e pós-graduação, como também para o poder público.
De acordo com sua atuação o CEPAJ destaca-se por desenvolver com a possibilidade de disponibilizar relatórios e laudos em todas as ações/atividades. Esclarecemos que laudos/relatórios são lidos e orientados por uma equipe multidisciplinar para então serem emitidos.                                                                          

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